Evolução biológica
Entre os seres vivos e o meio em que vivem há um
ajuste, uma harmonia fundamental para a sobrevivência. O flamingo rosa,
por exemplo, abaixa a cabeça até o solo alagadiço em que vive para
buscar ali seu alimento; os beija-flores, com seus longos bicos, estão
adaptados à coleta do néctar contido nas flores tubulosas que visitam. A adaptação dos seres vivos ao meio é um fato incontestável. A origem da adaptação, porém, sempre foi discutida.

Na Antigüidade, a idéia de que as espécies seriam fixas e imutáveis foi defendida pelos filósofos gregos. Os chamados, fixistas propunham
que as espécies vivas já existiam desde a origem do planeta e a
extinção de muitas delas deveu-se a eventos especiais como, por exemplo,
catástrofes, que teriam exterminado grupos inteiros de seres vivos. O filósofo grego Aristóteles,
grande estudioso da natureza, não admitia a ocorrência de transformação
das espécies. Acreditava que os organismos eram distribuídos segundo
uma escala que ia do mais simples ao mais complexo. Cada ser vivo nesta
escala, tinha seu lugar definido. Essa visão aristotélica, que perdurou
por cerca de 2.000 anos, admitia que as espécies eram fixas e imutáveis.

Lentamente, a partir do século XIX, uma série de
pensadores passou a admitir a idéia da substituição gradual das espécies
por outras, por meio de adaptações a ambientes em contínuo processo de
mudança. Essa corrente de pensamento, transformista, explicava a adaptação como um processo dinâmico, ao contrário do que propunham os fixistas.
Para o transformismo, a adaptação é conseguida por meio de mudanças: à
medida que muda o meio, muda a espécie. Os adaptados ao ambiente em
mudança sobrevivem. Essa idéia deu origem ao evolucionismo.
Evolução biológica é a adaptação das espécies a meios em contínua mudança.
Nem sempre a adaptação implica aperfeiçoamento. Muitas vezes, leva a
uma simplificação. É o caso, por exemplo, das tênias, vermes achatados
parasitas: não tendo tubo digestório, estão perfeitamente adaptadas ao
parasitismo no tubo digestório do homem e de outros vertebrados.

Criacionismo: origem da vida por criação especial
Anterior às tentativas científicas relacionadas à
origem da vida, já era difundida a idéia de criação especial, segundo a
qual a vida é fruto da ação consciente de um Criador. Essa corrente de
pensamento, que passou a ser denominada criacionista, baseia-se na fé e
nos textos bíblicos – principalmente no livro de Gênesis – que relatam a
idéia sobre a origem da vida do ponto de vista religioso.
Ao longo da história, muitas controvérsias
chegaram a extremos por causa de uma interpretação errônea que não
levava em contra o contexto e o caráter muitas vezes poético e simbólico
dos textos da bíblia, que não tem nenhum objetivo científico. Assim,
principalmente na Idade Média, uma interpretação literal e, portanto,
limitada dos textos bíblicos era imposta como dogma e criava uma
barreira em relação a ciência que estava – e está – em constante
progresso.
O criacionismo, que se opõe à teoria da
evolução segundo a qual a vida teria surgido da matéria bruta, tem hoje
defensores, que se esforçam em demonstrar que os textos bíblicos,
tomados em seu contexto próprio, em nada contradizem as mais novas
descobertas científicas.
| Mais recentemente surgiu uma nova concepção, mais próxima do criacionismo e que recebeu o nome design inteligente. Para os defensores dessa tese, uma mão divina moldou o curso da evolução. Isso porque, dizem, alguns sistemas biológicos são tão complexos e as diferenças entre as espécies são enormes demais para serem explicadas apenas pelo mecanismo da evolução. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário